Considerado um dos maiores escritores da literatura mundial, o autor faz uma homenagem ao Harlem através de uma obra surpreendente
Duas vezes vencedor do Prêmio Pulitzer de ficção, em 2017 e 2020, Colson Whitehead faz parte do seleto grupo de escritores a ganhar o prêmio mais de uma vez e o único a vencer com duas obras seguidas, O reformatório Nickel e The Underground Railroad – Os caminhos para a liberdade. Em seu novo livro, Trapaça no Harlem, o autor se reinventa ao escrever um romance policial, uma obra sobre assaltos, golpes e crimes, repleto de ação, com toques de humor e ironia, sem deixar de lado as críticas sociais, marca registrada de Whitehead. Recém-lançado nos Estados Unidos, a obra chega ao Brasil pela editora HarperCollins, que também publicou as obras premiadas do autor.
O cenário da história é o Harlem dos anos 1960, onde vive Ray Carney, um comerciante que vende móveis usados e está em busca de uma vida decente para sua família. Ele se orgulha de sua boa índole e seu caráter, mas poucos sabem que Carney nasceu em uma família de criminosos.
Ele cresceu com seu primo Freddie, que é seu melhor amigo, pode ser considerada uma “má influência”, alguém com um histórico duvidoso. Apesar disso, quando Freddie pede que Carney venda alguns eletrodomésticos suspeitos em sua loja, ele resolve não questionar, afinal, ele está precisando do dinheiro e isso não deve manchar sua reputação.
Até que Freddie se envolve em um assalto ao Hotel Theresa e oferece os serviços de Carney como receptador, mesmo contra a vontade do primo. O crime não sai como o planejado e, do dia para a noite, Carney deixa de ser um simples comerciante e passa a ter que lidar com uma série de eventos que vai mudar a sua vida.
Enquanto tenta encontrar uma nova clientela formada por policiais corruptos, gângsteres violentos, produtores de pornografia barata e outros delinquentes do Harlem, Carney ainda precisará lidar com os sogros preconceituosos, esconder sua vida dupla da esposa e tentar sobreviver.